24 junho 2005

Uma pedagogia para a Iniciação Cristã - II

Na dimensão teológica destaca-se que a catequese é um acto de Revelação, de tradição viva, pelo que é inseparável a ortodoxia e a ortopraxis. A catequese tem de ser sempre uma iniciação ordenada e sistemática à revelação que Deus faz de si mesmo à humanidade(cf CT 22). Esta revelação encontra-se na Sagrada Escritura e na Sagrada Tradição(cf DV 8). A catequese, como um acto de transmissão da Revelação, deve acomodar-se ao modelo divino de se revelar, que o faz por obras e palavras intimamente unidas(cf DV 2), e tem o seu ponto culminante em Jesus Cristo. A Jesus Cristo, o homem de todos os tempos, pode aceder-se pela fé transmitida na Igreja, sob a acção do Espírito Santo, tal como a comunidade a recebeu, compreende, celebra, vive e a comunica (cf DGC 105).
De facto, o objectivo da catequese é proporcionar ao catequizando as condições necessárias para, sob a acção do Espírito Santo, chegar à a profissão de fé(cf DGC 66), íntegra e total. Para que isso seja possível, a catequese deve transmitir os sete elementos básicos: as três etapas da história da salvação (dimensão narrativa) e os quatro pilares da fé (dimensão expositiva). Aqui vemos a importância da Sagrada Escritura e do Catecismo da Igreja Católica. A catequese não é outra coisa que a transmissão vital e significativa dos documentos da fé( cf MPD 9), pelo que se pode agrupar em quatro, as linguagens de fé: doutrinal, litúrgica, orante e testemunhal.
Na transmissão da fé, a linguagem é algo imprescindível, a que devemos prestar atenção(cf DGC 208; CT 59). Jesus Cristo não se identifica em exclusiva com nenhuma cultura ou sistema de pensamento, mas revelou-se numa linguagem concreta. Foi certamente uma linguagem original e também normativa para qualquer outra linguagem que pretenda ser veículo da transmissão da Revelação.

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