Há algum tempo que venho alimentado vários blogues, consoante as matérias pelas quais me interesso: Catequese, Teologia, E-Learning...
Bem, chegou a altura de juntar tudo num só!
A partir de agora estou só aqui: http://luismiguel-digital.blogspot.com/
13 abril 2010
Estou noutro sítio
16 fevereiro 2010
15 fevereiro 2010
A Igreja é Comunhão - IX
Efémero
Com o aumento da transitoriedade, as pessoas vivem num elevado estado de mudança, por isso, a duração das suas conexões é reduzida. Isto condiciona o modo como se enfrenta a realidade; a sua aptidão ou inaptidão para enfrentar as dificuldades. Esta movimentação rápida, combinada com a crescente novidade e complexidade do ambiente que os rodeia, força a capacidade de adaptação e cria o perigo do choque do futuro (Cf. Alvin Toffler).
O Homem vive numa “espécie de carrossel, com um caleidoscópio de visões e de hipóteses, lacerados e despedaçados interiormente, aspirando por vezes ao absoluto mas acabando por contentar-se com o efémero e o provisório; lançados numa existência dominada pelas ciências exactas e pelas altas tecnologias, mas com os problemas de sempre sobre o sentido da vida e sobre como alcançar a felicidade”(P. Giustiniani). Talvez esta situação seja reflexo de maus processos de aprendizagem, originados pelo uso incorrecto da informática. Esta “impõe aos utilizadores aprender vibrando, e escutar respondendo. O computador não somente fala ao usuário através do raio lúdico da tela do vídeo, mas cria sons e imagens. O ‘homo informaticus’ é um homem de espectáculo e de prazer, um homem de análise e de inter-relações. A era da informação é semelhante á imagem do computador”( Pedrinho Guereschi), correndo-se o risco de o indivíduo não reflectir sobre o que aprendeu, tornar-se um mero receptor passivo, absorvendo tudo sem uma selecção crítica.
Este erro não deixa perceber que “o próprio movimento da história torna-se tão rápido, que os indivíduos dificilmente o podem seguir. O destino da comunidade humana torna-se um só, e não já dividido entre histórias independentes. A humanidade passa, assim, duma concepção predominantemente estática da ordem das coisas para outra, preferentemente dinâmica e evolutiva; daqui nasce uma nova e imensa problemática, a qual está a exigir novas análises e novas sínteses”(GS 5), pois a rapidez, a profundidade e a imprevisibilidade de algumas transformações recentes conferem ao tempo presente uma característica nova: a realidade parece ter tomado definitivamente a dianteira sobre a teoria.
Há também aspectos positivos neste processo, “em virtude da ciência e da técnica, a humanidade pode pela primeira vez na história encaminhar-se para se libertar da tirania da natureza, que desde sempre a incomodou. Mas, ao realizar essa libertação do homem frente aos poderes opacos da natureza, o homem acaba por entrar simultaneamente numa nova dependência em relação às suas próprias obras e organizações” (Jürgen Moltmann), com a consequente desorientação, agora por um segundo motivo.
Esta conjugação de “desorientações” faz com que actualmente “grande parte da humanidade de hoje não sabe para onde vai, o que quer dizer que está perdida, sem rumo, desorientada. Temos dois casos elucidativos disso: nos jovens, a droga, e nos adultos, as rupturas conjugais. Ambos os casos nos colocam sobre o tapete da fragilidade existente nos nossos dias”(Enrique Rojas); um existir que tem um sentido efémero.
Mas ao mesmo tempo que se desagregam os valores e as normas nos modos exteriores de acção quotidiana “vemos que também os indivíduos se dispersam e fragmentam: é a época do efémero, das necessidades provocadas artificialmente e logo satisfeitas para se provocarem novas necessidades, sem orientações estáveis, como aliás é sugerido também por muitas mensagens dos meios de comunicação”(P. Giustiniani).. As consequências da destruição dos fundamentos éticos do viver são já hoje claramente visíveis; assistimos à proliferação da “civilização da morte”(Joseph Ratzinger).
11 fevereiro 2010
Viver não dói
Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.
Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projeções não realizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos, por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido juntos e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante
e paga pouco, mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim
que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.
Carlos Drumond de Andrade
07 fevereiro 2010
04 fevereiro 2010
02 fevereiro 2010
Estou a pensar esta música com os joelhos!
Eu queria ser astronauta
o meu país nao deixou
Depois quis ir jogar á bola
a minha mãe nao deixou
Tive vontade de voltar a escola
mas o doutor nao deixou
Fechei os olhos e tentei dormir
aquela dor nao deixou.
Ó meu anjo da guarda
faz-me voltar a sonhar
faz-me ser astronauta ...e voar
O meu quarto é o meu mundo
o ecrã´n é a janela
Nao choro em frente á minha mãe
eu que gosto tanto dela
Mas esta dor nao quer desaparecer
vai-me levar com ela
Ó meu anjo da guarda
faz-me voltar a sonhar
faz-me ser astronauta....e voar
Acordar meter os pés no chão
Levantar e dar o que tens para dar
Voltar a rir,voltar a andar
Voltar Voltar
Voltarei
Voltarei
Voltarei
Voltarei
15 janeiro 2010
Congresso Sacerdotal - Um exemplo, também, de boa comunicação!
Conclusões
A. O primeiro Congresso sobre o Sacerdócio do século XX, em Portugal, foi realizado em Braga, em 25 de Outubro de 1905. O primeiro do século XXI, sendo de cariz internacional, também foi realizado em Braga, de 12 a 15 de Janeiro de 2010, comemorando 450 anos da fundação do Colégio de S. Paulo, actual edifício do Seminário Conciliar.
B. Os congressistas tiveram uma singular oportunidade de, em conjunto, rezar, cantar, reflectir, dialogar, tomar refeições em comum, conviver, presenciar e participar em manifestações artísticas, mormente de índole musical, poética e teatral.
C. Atentos ao acontecimento do terramoto ocorrido no Haiti, os congressistas manifestaram a sua profunda vizinhança e comunhão com os sobreviventes e imploraram a Deus o repouso eterno para os numerosos falecidos.
D. O número de participantes superou as três centenas de presbíteros, vindo alguns de outras dioceses. Inscreveram-se também umas três dezenas de leigos.
E. A cobertura dos meios de comunicação foi bastante ampla, tendo-se utilizado, com proveito e eficiência, as novas tecnologias de comunicação.
F. O texto de Heb 2,17 foi a fonte de enraizamento bíblico que inspirou a multiplicidade de comunicações e testemunhos:
«Deve em tudo aos seus irmãos ser semelhante, a fim de misericordioso se tornar e fidedigno Sumo Sacerdote nas coisas para com Deus para propiciar os pecados do povo».
Realçamos, pois, as seguintes conclusões:
1. O presbítero dos nossos dias encara as transformações do mundo e seus reflexos na Igreja como soberana oportunidade para se dar conta de que o seu ministério é fundado sacramentalmente: compete-lhe manifestar claramente aos olhos dos outros fiéis que só um é Senhor da Igreja, só um a orienta e apenas um possui nela a Palavra - Jesus Cristo.
2. No ministério eclesial, não se coloca uma autoridade humana no lugar de Cristo, mas é Ele mesmo tornado presente sacramentalmente, um sinal eficaz que para Ele aponta e no qual Ele próprio garante agir.
3. O presbítero encaminha, pela palavra, sacramentos e prática da sua vida, os outros fiéis para a única cabeça da Igreja, para Cristo.
4. Toda a acção eclesial é, no sentido mais vasto, sacramental, isto é, acção representativa. Nela se realiza, se exprime, se corporiza aquilo que o próprio Deus realiza com os humanos. Por isso, só é autêntica quando dá corpo à acção de Cristo, à acção de Deus, e a torna simbolicamente visível.
5. É Deus que age na Igreja. É errado organizarmos as actividades eclesiais em função do êxito, do número. O que realmente conta é a disponibilidade para o envio sacramental, nomeadamente no anúncio da Palavra e, em sinais eficazes, chamar seres humanos para o Povo de Deus e acompanhá-los no caminho do seguimento do Senhor, dando-lhes coragem para o envio no mundo. “Êxito não é nenhum dos nomes de Deus” (Martin Buber).
6. O cerne do ministério presbiteral está em ser indicação sacramental, nos pontos nevrálgicos da vida Igreja, da comunhão entre Deus e o ser humano; e dos homens entre si. Celebrar a comunhão eucarística, sem procurar viver, - pelo menos com o mesmo peso - a comunhão quotidiana, e sem realizar a missão no interior do mundo, é algo perverso.
7. As novas realidades do nosso mundo exigem novas formas de ser presbítero. O ministério eclesial tem que ser colegial. É-se bispo no colégio dos bispos; é-se presbítero no presbitério. Quem possui o ministério da unidade deve agir unido. Mais, deve, quanto possível, viver conjuntamente, como exigia Santo Agostinho aos seus padres.
8. O padre tem de ser um homem de Deus, um mistagogo que conhece o mistério de Deus, o vive em comunhão, o celebra e o comunica com entusiasmo e alegria.
9. Anuncia uma Palavra salvadora, eficaz, de futuro e de esperança. Fá-lo com paixão por Aquele que é a Palavra e comprova a verdade do seu testemunho na compaixão pelos irmãos, verdadeiro caminho de paz e unidade. Segundo o Novo Testamento, Cristo é Sacerdote por assemelhação com os seus irmãos e não por separação.
10. É um sacerdote que incorporou a absoluta necessidade de formação permanente para possuir uma formação superior à média e poder responder com propriedade aos desafios completamente novos dos nossos dias.
11. É um padre que dedica muito tempo à formação dos leigos, não só para que a sua fé seja cada vez mais esclarecida e luminosa, mas para que desempenhem, com verdadeiro espírito missionário, as múltiplas tarefas que lhes são próprias: na família, na sociedade e na Igreja.
12. A unção do Espírito Santo, que a imposição das mãos realiza, é para que, pela acção do presbítero, aquilo que o baptizado já é sacramentalmente, se realize existencialmente, também na promoção dos diversos ministérios – nomeadamente o diaconado permanente – e em estilos de vida comunitária cada vez mais colegiais.
13. Os seminários, numa atitude maternal, devem acolher com benevolência os candidatos e saber exigir, com docilidade e firmeza, uma formação humana, espiritual, pastoral e cultural muito sólida, ancorada ainda no compromisso da formação permanente.
14. As pessoas manifestam, em esmagadora maioria, o desejo de que os sacerdotes tenham grande disponibilidade para ouvir e atender, acompanhar e aconselhar, serem alguém em quem se confia plenamente.
15. Comunicar é serviço; não é protagonismo. Mas exige séria formação. Só assim poderá haver celebrações, sobretudo da eucaristia, que sejam espelho de uma comunidade salva e agradecida. Homilias curtas, incisivas e cobrindo os pontos essenciais.
A hora de mudança e de transformações rápidas na sociedade e na Igreja exige claramente novos modos de organização da vida eclesial e novos estilos diversificados de exercício do ministério presbiteral. Os caminhos a percorrer e as decisões a tomar hão-de ser procurados, em comunidade, na escuta atenta da Palavra que nos salva e do seu rumor nas plurais palavras humanas.
Braga, 15 de Janeiro de 2010
O Congresso pode ser visto aqui.
14 janeiro 2010
01 janeiro 2010
Num Ano Novo, repensar a mudança, na fidelidade criativa!
Ano Novo ou Novo Ano, uma oportunidade para reajustar as nossas prioridades.
Partilho uns vídeos, relacionados com dois livros que considero fabulosos: Quem Mexeu no meu Queijo e O Nosso Iceberg Está a Derreter.
Uma boa ajuda para perceber e promover a mudança.